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Oficina de Conservação e Restauro da Câmara Municipal de Évora

A Oficina de Conservação e Restauro da Câmara Municipal de Évora foi criada em 2011 pela necessidade de se constituir uma unidade especializada que, por um lado promovesse o uso das boas práticas na conservação do património cultural concelhio e que, por outro, gerisse a conservação e restauro do património móvel e imóvel propriedade do município, ou tutelado por este. Tem como missão a defesa e preservação dos bens culturais e classificados do município, respeitando os princípios éticos do seu código deontológico.

No ano corrente, do trabalho realizado pela Oficina destacamos as intervenções realizadas no património hidráulico e em pintura sobre tela.

No âmbito da estratégia municipal de valorização do património hidráulico foram intervencionadas a Fonte Nova e o Chafariz de São Bartolomeu. No caso do primeiro fontanário os trabalhos foram realizados após ter sido danificado na sequência de um incidente com um veículo, no segundo os trabalhos incidiram apenas na conservação do seu espaldar. Foram utilizados materiais compatíveis, baseados nas técnicas construtivas tradicionais, com a utilização de cal hidráulica natural, cal em pasta, areias bem calibradas e tijolo burro. Foram finalizados os trabalhos com caiação.

Dois bens hidráulicos com anomalias distintas, mas com intervenções de objetivo comum: a devolução da justa dignidade patrimonial, nos aspetos técnicos, éticos e estéticos do restauro, e a consequente valorização do espaço envolvente, promovendo a continuidade destes lugares como espaços públicos aprazíveis para a comunidade.

Relativamente à conservação de bens móveis, a Oficina procedeu também às intervenções nas pinturas “Santa Francisca Romana” e “Paisagem X”.

Santa Francisca Romana, obra do séc. XVII pertencente ao espólio do Convento dos Remédios, apresentava anomalias como lacunas ao nível do suporte, fragilidade estrutural, craquelet e destacamento das distintas camadas que a compõem. Assim, os trabalhos incidiram particularmente no reforço estrutural da tela, na estabilização da camada cromática e devolução da leitura correta da obra.

No caso da obra de Rui Macedo, obra do séc. XX de técnica mista sobre tela, a principal patologia era o destacamento, bastante acentuado em algumas zonas, promovido pela diversidade dos materiais utilizados, e pela natural reação às flutuações de humidade e temperatura ambientais. Se por um lado a industrialização trouxe uma maior liberdade artística à arte contemporânea, uma multiplicidade de técnicas e materiais traz também consigo uma complexidade e um desafio no que concerne à conservação das obras.

Estes projetos, assim como outros realizados, dignificam e valorizam o património cultural municipal, promovendo a sua salvaguarda.

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